Quem já leu a "Onça Pintada" deve estar se perguntando qual seria a estória real, na qual os fatos foram
baseados. A verdade então seria essa: Em Cascavel, Paraná, cidade onde eu moro
existe uma empresa chamada “O Solucionador”, que promete resolver qualquer
problema, como redução de juros de cartão de crédito e outros juros abusivos.
Eu estava pagando um empréstimo e pensei em contatar o Solucionador para ver se
reduzia os juros do meu cartão de crédito. Pensei que a solução fosse rápida e
assinei um contrato com o tal Solucionador. No contrato não havia data para a
conclusão das negociações. Procurei me informar, depois de um mês, como estavam
as negociações e sempre me respondiam que estavam aguardando o retorno do
banco. Se passaram dois, três, quatro...seis meses e nada. Solicitei que me
enviassem uma cópia das negociações, insisti muitas vezes e nada. A resposta
sempre era a mesma. Então resolvi marcar uma visita ao Solucionador e levei
minha nora (O Caçador) para me acompanhar, pois havia feito uma cirurgia no
fêmur e mal podia caminhar. No conto, eu sou o Gavião e a Onça Pintada é o
Solucionador (quem não leu o conto, vale a pena ler). Quando o Solucionador viu
que eu levei uma pessoa comigo, ficou apreensivo e perguntou a ela se ela tinha
uma procuração para me representar. Como ela disse que não tinha, ele pediu a ela que se retirasse da sala, que o assunto era só comigo. Como ela disse que não
saía, ele começou a gritar: Polícia, polícia, polícia, com o intuito de nos
fazer ir embora. O Solucionador foi nos
empurrando porta afora e disse que eu voltasse lá só com um advogado. Percebam o
desespero do homenzinho. Na data marcada, voltei com meu filho, que é advogado
e o coitado do Solucionador nos recebeu com um sorriso amarelo. Não foi a mesma
pessoa que nos atendeu, mas outro que se passou pelo Poderoso Chefão. Tinha um
papel dobrado nas mãos e fingiu olhar alguma coisa no computador, conversou outros
assuntos, pois não haviam feito nenhum contato com o banco. Disse que eu desse
uma semana ou dez dias, que ele resolvia tudo. Passado dez dias, resolvi entrar
em contato novamente e fiquei sabendo que o tal gerente havia desaparecido e
não se sabia o paradeiro do homem. Nessas alturas, eu recebia mais de
quarenta telefonemas de cobrança do banco por dia. Então eu mesma resolvi a situação.
Contatei o banco e consegui um desconto de 68% da dívida. Então eu pergunto:
Quem precisa de Solucionador? O valor que eu paguei para o Solucionador
contatar o banco nunca foi devolvido.
Débora Benvenuti
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