Havia um lindo pássaro que voava
livre pela floresta. Sua plumagem era colorida, de tons suaves e delicados. Seu
canto era melodioso e encantava a todos que o ouviam cantar. Seus amigos eram
muitos e estavam sempre por perto, pois a amizade que os mantinha era sincera e
verdadeira. Certo dia o pássaro se afastou muito da floresta e sentindo-se
perdido, encontrou uma janela aberta e ali pousou. Cantou uma canção muito
linda e encantou uma moça que estava no quarto, adormecida. Ao ouvir aquela
suave melodia, a moça acordou e desejou ter aquele pássaro só para si. Pensou
em várias maneiras de captura-lo, até que um dia ela preparou uma gaiola
dourada e colocou alguns grãos de centeio para atrair o pássaro para dentro da
gaiola. Assim que o pássaro entrou, ela fechou a porta da gaiola, impedindo que
o pássaro pudesse sair. Por alguns dias, o pássaro permaneceu mudo e a moça
queria que ele cantasse como cantava quando era livre e a floresta era o seu
lugar mais seguro. Depois de algum tempo, o pássaro começou a cantar, mas não
era mais o mesmo canto. Era uma canção triste e sem nenhuma melodia. Mesmo
assim, a moça decidiu que aquele pássaro seria só seu, não se importando que o
seu canto não fosse mais melodioso. O pássaro percebeu que nunca mais sairia
daquela gaiola. Então decidiu que iria cantar a sua canção mais linda, pensando
que assim a moça abriria a porta da gaiola e o deixaria sair em busca da
liberdade perdida. Iria reencontrar seus amigos, sua família e tentaria nunca
mais se afastar daqueles que o amavam. Mas não foi isso que aconteceu. A moça
ficou muito feliz e acreditou que o pássaro havia concordado em permanecer
preso àquela gaiola. Daquele dia em diante, o pássaro nunca mais foi o mesmo,
ainda que cantasse lindas melodias. Seu canto era um pedido de socorro. Cantava
tanto que sentia que seus pulmões iriam explodir. Pensava que quanto mais
cantasse, seu canto poderia ser ouvido pelos seus amigos e alguém viria abrir a
gaiola e o deixaria sair.
O verdadeiro amor não aprisiona,
liberta!
Débora Benvenuti
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