O DESTINO E O ACASO

 


O Destino e o Acaso

tiveram um encontro inusitado.

Em uma curva da estrada,

os dois se encontraram,

lado a lado.

O Acaso se espantou

ao ver o Destino ali parado.

E foi assim que os dois

tiveram este diálogo engraçado.

O Acaso, admirado,

sentiu-se desorientado

e assim que se refez do susto,

perguntou, sem mais demora:

- O que fazes nesta estrada,

Amigo Destino?

Não vês que ainda é madrugada?

- Pois tenho aqui um manuscrito

onde tudo está escrito.

- E posso saber do que se trata

ou isso é uma missão ingrata?

- Como Destino,

Eu sigo o meu caminho

e não posso voltar atrás.

Este é o meu martírio.

- Eu, ao contrário,

tenho missão arbitrária.

Posso estar aqui agora

ou em outro lugar,

se for o caso.

Por isso me chamo Acaso.

Apareço e desapareço

tão de repente, como neste caso.

- Pois eu tenho uma missão

a cumprir e desse encargo

não tenho como fugir.

- E se tentasses persuadir

quem te faz o destino cumprir?

 

 

Débora Benvenuti

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