A VIDRAÇA

 





Quando anoitece,
uma sombra aparece
na vidraça da janela.
Seu vulto se aproxima,
iluminado pela tênue luz
do poste da esquina.
Observo sem ser vista,
por trás da cortina.
Ouço os passos que se afastam,
sempre na mesma rotina.
É a Saudade que me visita
e que não quer me
perder de vista.
Aproxima-se lentamente
e me espreita sorrateiramente.
Depois desaparece,
quando o dia amanhece.
Nada diz,
nada esclarece.
Só me deixa com a sensação,
de que nada mais acontece.


Débora Benvenuti

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