A Suspeita andava muito ansiosa.
Sabia que algo estava acontecendo e tinha tanto medo de saber a verdade que mal
conseguia dormir. Era uma inquietude que a consumia por dentro, como se algo
estivesse remoendo suas entranhas. Precisava falar com a Certeza e assim,
dizimar um pouco toda a angústia que sentia. Por outro lado, se a Certeza
confirmasse suas suspeitas, aí então que nunca mais dormiria sossegada. Agora
não se tratava só de suspeita. Seria o veredito final. E contra a Certeza, não
havia quem pudesse reverter a situação. Talvez fosse melhor conviver com a
suspeita, pensou a Suspeita, pondo-se a meditar. Mas será que não seria melhor
saber a verdade? A verdadeira verdade seria uma Certeza contra a qual ninguém
poderia duvidar. Afinal, certeza é Certeza. E ponto final. Por outro
lado, talvez a Certeza não fosse tão ruim assim. Havia Certezas boas e Certezas
más. Por via das dúvidas, era melhor permanecer com a suspeita, ponderou a
Suspeita, pondo-se a pensar...
Débora Benvenuti
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