gravidez
acabando,
sinais
estranhos
me
incomodando.
Vejo
estrelas piscando,
a
vista ficando nublada,
me
sinto cansada,
desço as escadas,
embarco
no carro,
dirijo
apressada,
porque
sei que as crianças
pela
professora estão esperando.
Quando
chego à escola,
já não
enxergo quase nada,
pelas
paredes vou-me segurando.
Durante
a aula percebo
que a
situação está piorando.
Aula
acabada,
volto
para casa.
No
trânsito só observo,
vultos
se movimentando.
Chego
em casa ainda mais cansada,
a dor
na cabeça me importunando.
No
meio da tarde
procuro
pelo médico
e
pelos sintomas ele percebe
a
pressão aumentando,
diz
que não há tempo a perder
e
precisa tirar a criança,
senão
a esperança
de ver
meu filho nascer,
irei
perder.
Na
maternidade percebo,
que há
muito pouco a fazer,
mesmo
assim me alegro
de ver
tantas rosas
enfeitando
as portas dos quartos,
onde
mais um bebê acaba de nascer.
Imagino
o meu quarto,
como
deve ficar florido,
quando
o meu bebê nos braços,
estiver
comigo.
Na
sala de parto,
a
cirurgia é arriscada,
percebo
a pressa
com
que o médico
os
instrumentos
pede à
assistente trazer.
A
anestesia é dolorida,
sinto
a dor do corte
que o
médico acaba de fazer.
Depois
o silêncio...
Não
tenho coragem de perguntar
como
está o meu filho
que
acaba de nascer.
Ouço
uma voz distante me dizendo,
é uma
menina,
está
tudo bem,
salvamos
a criança
e você
também!
No
quarto percebo com mais clareza
como é
pequena
a
minha princesa,
e
quanto é linda
aquela
rosa azulada,
de
papel desbotado
que
acabo de receber...
Débora
Benvenuti
Esta é
a minha filha com uma rosa azul tatuada
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